Duração do Curso:
Bacharel em Aquicultura: 6 semestres
Licenciado em Aquicultura: 10 semestres
Modalidades de Ensino: Presencial

Título académico que confere:
Bacharel em Aquicultura: Técnico “Aquicultor”
Licenciado em Aquicultura: Licenciado
Numerus Clausus por ano: 60

Objetivo Geral

  • Formar bacharéis e licenciados em aquicultura com competências para atuarem na produção comercial de organismos aquáticos

Objetivos Específicos

  • Formar profissionais de nível técnico e superioras em aquicultura;
  • Contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico na área de aquicultura;
  • Ensino dos métodos de preparação de programas/projectos de criação de organismos aquáticos do sector familiar e empresarial; 
  • Ensino dos métodos de geração de novos produtos de diagnóstico, nutrição, monitoramento e controlo do meio ambiente;
  • Ensino dos métodos de elaboração de programas de maneio sanitário para organismos aquáticos;
  • Ensino dos métodos de elaboração de programas de melhoramento genético para organismos aquáticos.
  • Ensino das estratégias de inovação com foco para a criação de emprego;
  • Realizar a investigação científica aplicada, ajudando a solucionar os problemas decorrentes do desenvolvimento socio-económuico de angola, definindo-a  como suporte fundamental para a função educativa e como fonte de alimentação do seu sistema de extensão rural.

Objectivos Educativos

  • Contribuir para a transmissão de valências e habilidades no domínio das aquicultura;
  • Contribuir na planificação dos assentamentos populacionais;
  • Contribuir no controlo e preservação ambiental.

Objectivos Instrutivos

  • Participar na criação, direcção e assessoria de empresas de produção aquícola;
  • Desenvolver actividades de fomento, pesquisa, diagnóstico in locde problemas na cadeia produtiva e maneio de recursos aquícolas, visando a sua produção comercial;
  • Dar competências para a pesquisa básica e de desenvolvimento biotecnológico;
  • Dar competências para executar programas de maneio sanitário para organismos aquáticos; 
  • Dar competências para Gerenciar empreendimentos aquícolas;
  • Propor e organizar programas de melhoramento genético para organismos aquáticos;
  • Planificar e executar projectos de instalações para produção aquícola e controlo ambiental;
  • Dar competências para fazer o uso eficiente dos recursos hídricos na produção aquícola;
  • Dar competências para inovar e empreendedor.

A matriz curricular do curso de Aquicultura na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade José Eduardo dos Santos, (FMV/UJES), caracteriza-se por uma distribuição de disciplinas nucleares, complementar e gerais de maneira sequencial em relação aos temas abordados. Cada grupo de disciplinas tem o seu peso específico dentro da matriz sendo: 

  • Disciplinas nucleares = 30%
  • Disciplinas complementares = 10%
  • Disciplinas gerais = 25%
  • Trabalho de conclusão do curso = 35%

Na distribuição de disciplinas por semestres, a matriz tem ainda a seguinte distribuição:

  • I e II - Semestres, cadeiras do siclo de base 
  • III e IV - Semestres, cadeiras obrigatórias e complementares
  • V  e  VI - Semestres, cadeiras obrigatórias e estagio supervisionado e defesa do relatório de Estagio
  • VII e VIII - Semestres, cadeiras obrigatórias e complementares
  • IX e X -  Semestre, cadeiras obrigatórias, estagio supervisionado e trabalho de fim de curso.

As competências e habilidades que os estudantes devem adquirir por anos são:

1º ANO  

  • Caracterizar macroscopicamente os órgãos que integram os sistemas e aparelhos dos organismos aquáticos;
  • Caracterizar as estruturas microscópicas de organismos aquáticos de importância para a economia angolana e as suas funções; 
  • Adquirir conhecimentos da gramática de língua inglesa como suporte de tradução para textos da língua veicular;
  • Adquirir conhecimentos da gramática de língua Portuguesa (oratória e escrita); 
  • Recolector, organizar, interpretar, resumir, analisar e apresentar dados estatísticos;
  • Criar habilidades básicas para o uso dos sistemas operativos, processadores de textos, folhas de cálculo e redes de computadores;
  • Reconhecer os problemas relacionados com à erosão, conservação e planificação do uso dos solos.

2º ANO

  • Interpretar representações da superfície terrestre e conhecer as grandezas elementares a observar;
  • Interpretar as representações cartográficas (mapas, cartas, plantas, ortofotomapas, imagem satélite) e identificar os elementos naturais e artificiais existentes no terreno assim como saber medir com rigor as dimensões lineares, de áreas, de volumes, de inclinação, de declives e da posição georreferenciada a partir da representação cartográfica do terreno.
  • Saber avaliar e interpretar os dados estadísticos;
  • Conhecer as bases de melhoramento genético na aquicultura;
  • Conhecer as técnicas de produção e alimentação de peixes;
  • Conhecer as diferentes espécies de organismos aquáticos de importância económica e comercial;

3º ANO

  • Conhecer as principais patologias de organismo aquáticos;
  • Conhecer as tecnologias de processamento de pescados;
  • Conhecer as técnicas de aproveitamento e reaproveitamento do pecado;
  • Conhecer os principais produtos farmacológicos utilizado na aquicultura;
  • Conhecer as tendências do consumidor e pesquisa de novos mercados;

4º ANO

  • Conhecer as políticas do sector em angola;
  • Saber elaborar projectos de produção aquícola;
  • Conhecer os principais sistemas imunológicos de organismos aquáticos de importância económica;
  • Conhecer as principais ferramentas para empreender;

5º ANO

  • Saber elaborar projectos de producção acuícola;
  • Dominar as técnicas de gestão

Perfil do Estudante

Perfil de Entrada

Para candidatar-se ao curso de Aquicultura, os candidatos devem possuir os seguintes requisitos:

  • Ter frequentado e terminado com sucesso o ensino médio ou ensino pré-universitário nas opções de: 
  • Curso médio de pecuária, curso médio de piscicultura ou pré-universitário na opção de biologia e química.

Perfil de Saída

O Licenciado pela FMV/UJES, terá as seguintes competências.

  • Cultivo das espécies aquícolas;
  • Construções para fins aquícolas;
  • Elaborar projectos de produção aquícolas;
  • Diagnosticar problemas de sanidade de organismos aquáticos;
  • Projetar programas de melhoramento genéticos dos organismos aquáticos;

Pertinência do curso sobre a demanda a curto, médio e longo prazo 

Em todo o País e com base no programa de combate à fome e diminuição da pobreza, assim como nos subprogramas de diversificação da economia do Governo Angolano, o processo de criação de organismos aquáticos tem vindo a ganhar um impulso bastante significativo e com tendência a crescer muito rápido. Considerando a necessidade de consumo per-capita de peixe até 2030 estimado pela  FAO,organização Mundial para a Agricultura e Alimentação (FAO), de se atingir um consumo de 22,5 Kg/hab/ano, as necessidade de produção piscicolas do País, a curto, médio e longo prazos são: 

A curto prazo 

  • Formação do capital Humano;
  • Organização do sector;
  • Criação de centros de criação e multiplicação de organismos aquáticos;
  • Criação de centro de formação de excelência.

A médio prazo 

  • Sustentação da produção;
  • Diversificação da produção de organismos aquáticos. 

A longo prazo

  • Produção de escala;

Inédito em Angola, é um dos primeiros do país, o curso de Aquicultura da UJES vai especializar a mão de obra para um mercado em ascensão  em Angola e no mundo. A produção de organismos aquáticos (peixes, crustáceos, moluscos e vegetais aquáticos), diferentemente da atividade pesqueira, que é voltada para a extração, a Aquicultura trabalha no desenvolvimento económico e sustentável da produção desses organismos visando formar profissionais com conhecimentos de toda a cadeia produtiva de organismos aquáticos.

Características do Curso

  • É de caracter bietápico;
  • Proporcionar uma formação com foco em vivências práticas diferenciando-se dos demais cursos ligados à aquicultura;
  • Proporcionar conhecimentos académicos adquiridos em diferentes Unidades de produção espalhados pelo País e instituições conveniadas como a academia de pescas do Namibe, o Centro de Investigação Pesqueira a ser construído em Benguela, o Centro de alevinagem e larvicultura do Kwanza Norte e outros. 
  • Habilitar o graduado a estruturar e/ou gerenciar o seu próprio negócio e/ou operar empreendimentos de aquacultura em todas as dimensões da cadeia produtiva.

Breve História do Curso

Desde os seus primórdios e tendo em consideração a realidade deficitária de quadros evidente nos anos que se seguiram à Independência de Angola no final da década de 70, o executivo angolano apostou na formação de recursos humanos com qualificações para responderem aos desafios do sector das pescas, tendo para o efeito criado duas Instituições de Formação Técnica Profissional, vocacionadas para a formação e especialização de quadros de nível básico, “Centro de Formação Profissional de Pescas - Cefopescas em Cacuaco, Luanda e de nível médio, no Complexo Escolar Marítimo Helder Neto no Namíbe”. 

Resultante das suas acções formativas, os últimos dados indicam para 5.993 quadros formados (nível básico profissional) e 3.027 (nível médio profissional), com realce à formação dos primeiros 122 (cento e vinte e dois) Extensionistas Aquícolas ocorrido em 2015, numa acção formativa ministrada por Especialistas Brasileiros. Estes quadros angolanos vêm desempenhando as suas actividades em vários sectores do País, nomeadamente, nas pescas e aquicultura, transportes, marinha de guerra, nas plataformas petrolíferas, navegação marítima, hotelaria e turismo, serviços de migração e outros. 

O potencial de Angola para o desenvolvimento da aquicultura é imenso, constituído por uma Zona Económica Exclusiva de 200 milhas náuticas (370 Km) e de extensão de costa marítima, 1600 km  e grandes  reservatórios de água doce

Em 2014, a produção Angolana de pescado foi estimada em mais de 442 mil toneladas por ano dos quais, 260 mil toneladas foram produzidas pela aquicultura.

Embora seja um sector em franco crescimento, o desenvolvimento nacional do sector aquícola encontra-se limitado pela deficiência de quadros superiores em quantidade e qualidade para poderem liderar o sector. O futuro da Aquicultura requer um maior desenvolvimento científico e tecnológico assim como a formação de recursos humanos altamente qualificados.

Neste contexto, a Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) através da FMV, desde o ano de 2014 tem empenhado esforços para criar um curriculum que contemple uma formação de nível Superior e Bacharelato em Aquicultura, como actividade de produção de alimentos de alta qualidade que beneficie várias classes sociais, formando profissionais capacitados e criando mecanismos de difusão de novas tecnologias.